terça-feira, 18 de junho de 2013

O GIGANTE ACORDOU

Há exatamente um mês atrás recebi a pior notícia da minha vida.

Meu pai, um homem sempre irresignado, correto em tudo que fazia, um guerreiro contra as injustiças, um sonhador que esperava por ver nossa geração se levantando contra as mazelas nacionais e derrubando toda a mentira e falsidade que sustenta o sistema atual, havia nos deixado.

Na madrugada do dia 18 de maio de 2013, falecia de forma repentina e inesperadamente, o maior exemplo de vida para mim, homem do qual este mundo e este sistema não era digno.

Uma dor imensa tomou conta de mim, contudo um misto de emoções e lembranças da vida dele cada vez mais se afloraram.

Com a morte do meu pai, muitas histórias sobre a vida dele e de como ele mudou a história de muitos me foram contadas.

Contudo, uma delas me chamou a atenção.

Naquele dia de grande dor e tristeza, os colegas de trabalho dele me procuraram e todos em uma só voz diziam, perdemos um amigo, perdemos quem nos defendia, perdemos aquele que era nossa voz na empresa.

Meu pai era sempre quem reivindicava os direitos dos trabalhadores na empresa, questionava as condições e era sempre uma referencia de indignação contra o sistema político nacional.

Mas porque lhes conto esta história?

Hoje quando vejo a onda de protestos e de manifestações por todo país, vejo que meu pai realmente estava certo.

Ele estava certo quanto a necessidade de nos levantarmos, estava certo quanto as mazelas da sociedade e a injustiça social, estava certo quanto a necessidade de sermos ouvidos e de questionarmos as bases da política nacional.

Realmente me emociono.

Me emociono em ver que o que um dia foi um sonho que meu pai sempre teve, começa a desabrochar e tornar-se realidade no Brasil, com o fim da apatia e o levantar de um gigante, chamado povo brasileiro.

Devemos sempre nos lembrar de exemplos que nos fazem acreditar que é necessário, que é possível.

Talvez o maior exemplo de revolucionário seja Jesus que veio para mudar toda uma realidade.

Jesus veio ao mundo para pregar a palavra e anunciar o Reino dos Céus, que pode ser definido como justiça, paz e alegria, exatamente os pilares que todos nós sempre buscamos e devemos perseguir como coletividade, principalmente nós que dizemos ser protestantes, sendo nossa responsabilidade nos levantarmos contra o sistema viciado e falido, contrário aos princípios do Reino.

Confesso que o que me incomoda, principalmente no que diz respeito aos nossos lideres nesse momento são basicamente duas coisas: a indiferença e inércia, bem como o discurso falacioso e distorcido daqueles que afirmam que nossa luta não deve ser contra carne nem sangue e que toda a autoridade fora instituída por Deus e portanto devemos nos sujeitar completamente a ela, sendo subservientes desta.

A todos aqueles que sequer se posicionam, tenho apenas a dizer que se você está em cima do muro, pode ter certeza que você já está do lado do sistema, haja visto que o que ele quer é que nada se mova, tudo permaneça inerte, que ninguém se movimente, que as bases não mudem, que você se conforme com este século.

Já aqueles que acham que lutamos contra carne e sangue, sinto desapontá-los.
Se você ainda não compreendeu, nossa luta aqui não é contra uma pessoa ou um grupo de pessoas especificamente, mas sim contra um sistema opressor e manipulador que consome seus súditos, que faz com que percam a paz, a alegria e que vivam sem a presença da justiça.

Um sistema corrupto que tem transcendido as barreiras políticas afetando todos os liames da sociedade, não isentando sequer os núcleos eclesiásticos, um sistema da mentira, do desrespeito, da injustiça social, da desigualdade, da violência institucionalizada.

Enfim um sistema totalmente contrário a todos os princípios e pilares do Reino e que portanto, deve ser combatido veementemente a fim de que todo engano cai por terra e todo poder contrário seja destronado completamente.

As vezes até penso que muitos desses líderes e referenciais já passaram a depender e a se nutrir desse sistema opressor e manipulador, que lhes garante o lucro e o fácil acesso as consciências mínimas da população humilde e sem instrução alguma, mas apenas penso, apenas penso.

Muitos tem dito que não devemos participar de tais atos e protestos, sustentando que estaríamos desonrando e não nos submetendo as autoridades que foram instituídas por Deus.

Contudo se esquecem de um pequeno detalhe, estamos em uma democracia.

Com relação ao respeito as autoridades estão corretos, contudo precisamos definir quem é a autoridade em cada paradigma estatal.

Diferentemente da monarquia ou de qualquer outro regime totalitário, no qual a autoridade é o próprio governante, no Estado Democrático de Direito no qual nos inserimos tem como autoridade máxima, não uma pessoa ou um governo, mas sim a Constituição.

Mas a historia não para por ai, essa mesma Constituição soberana fixa e determina que todo o poder emana do povo.

Ora, se a Constituição é a autoridade, seguindo o raciocínio de que toda autoridade fora instituída por Deus, podemos concluir que a Constituição é quem fora instituída por Deus e em seu texto sede tal autoridade ao povo.

Enfim, quando nos levantamos contra o sistema a favor do povo, eatamos na verdade honrando e respeitando a verdadeira autoridade lhe devolvendo seu lugar, estamos obedecendo a voz da maior autoridade nacional, o povo, o gigante que se levantou para tomar de volta sua posição nesta nação.
 
Muito tem se ouvido ainda que todo esse movimento e irresignação não possui um líder para dialogar e negociar, mas se esquecem que não há o que negociar, o que existe apenas é a necessidade de se derrubar todas as bases e fundamentos desse sistema e não ceder e deixar que ele tenha uma sobrevida.

Outro discurso muito articulado é de que não há uma causa definida.

Me desculpem todos que pensam assim mas isso não passa de bobagem, bobagem plantada por aqueles que se beneficiam desse sistema explorador.

Essa é na verdade mais uma mentira que o sistema nos apresenta, mas lembre-se de uma coisa sempre a mentira só tem poder se acreditarmos que ela é a verdade.

Dizer que não existe uma causa definida é fechar os olhos para tudo que acontece a nossa volta, é deixar de reconhecer que há crianças no sertão brasileiro que a mando de seus pais vendem seus corpos por aproximadamente R$1,99 em média, enquanto um estádio de futebol localizado em um Estado que pouco cultua o esporte e que receberá apenas um jogo nesse evento tenha custado aos cofres públicos rios de dinheiro.

Assustador não é mesmo?

Vejo todo esse levantar, todos os protestos como uma oportunidade única para que uma nova filosofia baseada no Reino possa se levantar e para isso é necessário destronar o sistema atual da ordem e progresso que nos paralisou com o mandamento de ordem e organização acima de tudo, nos fazendo esquecer da necessidade de progredir e construir uma nação melhor.

É simplesmente uma lei física, dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço, ou seja o Reino de paz, justiça e alegria não pode ocupar o mesmo espaço do sistema corrupto e corruptor se este não for retirado de sua posição.

Se até hoje por outros meios o sistema não foi exorcizado, precisamos buscar novas alternativas e já encontramos, bastava a todo tempo somente despertar o gigante, bastava apenas fazer com que o povo brasileiro acordasse.

Vem pra rua, vamos sacudir essa nação, vamos derrubar esse sistema opressor e falso, vamos estabelecer um Reino de JUSTIÇA, PAZ E ALEGRIA.
 
E nas últimas palavras que eu ouvi do meu pai, digo a todos que abraçaram essa causa: “Não pare!”

::.Gabriel Horta.::
Advogado, escritor, compositor e músico.
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Twitter: @gabrielfhorta
Colaborador do portal Lagoinha.com

segunda-feira, 25 de março de 2013

MAIS QUE MIL PALAVRAS

"Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos,"


Com muita relutância e até mesmo temeroso é que começo a escrever este texto.

Atualmente, em nossa nação brasileira, temos nos deparado com discussões, análises e posições acerca de liberdades, direitos, garantias e comportamento.

Um verdadeiro bombardeio de informações.

A questão da homofobia, da liberdade sexual, bem como dos relacionamentos homoafetivos tem tornado-se cada vez mais latente e nos abre uma oportunidade de analisarmos princípios e métodos, de mudarmos nossa forma de enxergar muitos âmbitos do nosso mundo contemporâneo.

O discurso de muitos se limita ao binômio tradicional do pode e não pode, da existência ou não de lei, do dever ou não de agir ou censurar, mas isso não é o bastante para que possamos solucionar e concluir um problema que não vem de hoje, a difícil tarefa de conciliar diversas liberdades em um mesmo panorama do Estado democrático de direito.

É sabido que todas as vezes que existem regras legais que impõem um determinado modo de agir ou padroniza o comportamento o ser humano se sente desafiado a vencer e a ultrapassar tais limites para se declarar um vencedor.

Fato incontroverso também é que se as regras fossem suficientes para impedir determinadas condutas ou comportamentos, hoje não enfrentaríamos tantos casos de crimes e outras infringências de leis.

Outro viés de análise, transcende a condição de obedecer ou não a uma lei ou mandamento, instaurando-se com um discurso que visa estabelecer o que é natural e o que não é, para que assim possa surgir um fiel na balança das atitudes e direitos.

Apesar de nos trazer algum esclarecimento, mas da mesma maneira não nos faz concluir acertadamente acerca dos comportamentos a serem adotados e as condutas mais corretas.

Na verdade o senso que temos de que não devemos frear o que é natural, bem como se agimos de acordo com o que é natural estaríamos sendo livres e que devemos agir de acordo com a nossa natureza funda-se necessariamente nas teorias de Aristóteles que considerava bom aquele homem que agisse de acordo com a natureza, sendo que qualquer ação fora do âmbito natural do ser seria ações más e que comprometeriam a liberdade e a democracia.

Contudo tal conceito encontra-se ultrapassado no mundo contemporâneo cada vez mais plural que vivemos.

Se faz necessário analisarmos não somente se algo é natural ou não, mas se porventura agirmos de acordo com a nossa natureza, estaríamos seguindo ou não o padrão ideal para nossos comportamentos.

Quando vivemos de acordo com a natureza não somos livres, mas estamos escravizados a vontades sanguíneas que são desprovidas de qualquer escolha, geradas unicamente pela lei da ação e reação, exteriorizando-se através de impulsos humanos, que muitas vezes podem não ser bons e pela idéia de sobrevivência gerarem um estado de guerra entre egos pela sobrevivência individual de cada um. 

Ao analisarmos o estado puro e natural de um homem, percebemos que este já nasce com seus instintos e mecanismos de defesa prontamente preparados e sempre em alerta.

Tais mecanismos de defesa compreendem uma séria de ações, dentre elas a violência.

Percebemos que o instinto de sobrevivência do homem funda-se principalmente na violência que pode cometer contra aquele que supostamente ameace determinada esfera deste indivíduo que imediatamente reage a fim de aniquilar o agressor.

Mas como já dito anteriormente em outros textos, para a vida em paz na sociedade é necessário assim que seus impulsos e comportamentos sejam freados e controlados.

Em todo o momento é necessário lutarmos contra a nossa natureza que inevitavelmente quer dominar toda a racionalidade ou espiritualidade que possuímos, sobrevivendo sobre elas.

Tal missão é de extrema dificuldade e também muito desafiadora, haja vista que pretende-se controlar um impulso natural, uma característica própria do ser.

Contudo, antes de mais nada, uma pergunta crucial vem a tona: Como descobrir quais são e como frear os comportamentos naturais que impedem a vida em sociedade?

Tais questionamentos somente podem ser respondidos através de um diálogo com aquele que formou cada ser vivo.

Somente ELE é quem detem o conhecimento de todas as coisas num âmbito atemporal, podendo afirmar se determinado comportamento é correto, se é prejudicial ou não e como deveremos proceder para que cada vez mais possamos alcançar a forma ideal.

Quando nos preocupamos com leis, aprovações, reprovações, ataques ou defesas, invariavelmente estamos desacreditando no poder que o Criador possui e no poder que o relacionamento com Ele tem para ajustar nossas condutas e comportamentos de forma que possamos viver de acordo com o que Ele mesmo planejou para todos nós, culminando assim em um estado de paz, plena paz.

Se agirmos de maneira diversa, através de imposições, estamos impedindo que as pessoas possam ter um verdadeiro relacionamento com aquele que sabe de todas as coisas e que pode mudar ou não o homem, sendo que nosso papel é sempre amar a todos e fazer com que todos possam experimentar um relacionamento íntimo e revelador com o Criador.

Se porventura somente condenarmos sempre as condutas, as pessoas nunca conseguirão ver que o nosso relacionamento com o Criador do universo no faz pessoas diferentes e melhores e que é possível ser melhor do que somos hoje, agirmos menos condicionados a natureza caída e parecermos cada vez mais com Deus.

Julgar nunca é o melhor caminho para a mudança de alguém, ai é que está o grande papel da igreja, que deve acolher e proporcionar o relacionamento com Deus, o que desde o início foi a principal função eclesiástica, em dar assistência a todo aquele que precise, especialmente as minorias.

Precisamos entender que não importa qual é o desafio e qual é a batalha que trava-se contra a natureza, quer o hábito natural de mentir, quer seja a inclinação sexual, todas podem ser vencidas através do relacionamento com Deus que é o único capaz de dizer se estamos certos ou errados, até mesmo nas questões mais delicadas.

Se realmente acreditamos no poder de Deus e na necessidade de sermos melhores do que somos devemos ser pontes de amor, para que através de nós o amor incondicional e imutável possa alcançar a todos e revelar a cada um a importância de um relacionamento com Deus.

Portanto, o simples fato de nosso comportamento ser proveniente de impulsos naturais não pode fazer-nos concluir que tal conduta é correta, sendo necessário sempre consultarmos aquele que é poderoso para ver o que realmente somos e mudar nossas vidas de acordo com o plano eterno e imutável.

Se realmente queremos nos parecer com Deus, devemos sempre AMAR e nos ENTREGAR, já que Ele AMOU o mundo e ENTREGOU seu único filho, tudo que tinha, para que outros pudessem ter a vida, devemos assim demonstrar o amor e abrir mão de convicções e opiniões humanas individualistas e segregadoras, para que a vida de verdade alcance a todos, nos lembrando sempre que não importa contra o que lutamos, todos nós, sem exceção, somos humanos e assim lutamos todos os dias contra nossa natureza cruel, mas sempre acreditando que o relacionamento com Ele, as palavras dEle, valem mais que outras mil palavras.

::.Gabriel Horta.::
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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

VIDA E MORTE


“para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro”

Pretendo no texto a seguir fazer breves apontamentos sobre estes dois conceitos tão complexos e relevantes, não exaurindo de forma alguma todo o conteúdo que permeia os mesmos.

O homem é um ser complexo formado por inúmeros sistemas e dispositivos, que servem tanto para sua proteção quanto para sua sobrevivência no ambiente onde se insere.

Um mecanismo natural que todo ser humano possui é seu instinto de sobrevivência, sua vontade de vencer e conquistar o lugar mais alto em sua cadeia alimentar, ou até mesmo em sua tribo ou clã, podendo assim possuir todas as vantagens, regalias e proteções possíveis advindas de tal relação de superioridade.

O instinto natural sempre nos condiciona a agir de forma a preservar nossa vida, a sobreviver aos ataques e afrontas, se adaptando ao ambiente e evitando sempre a morte.

Este seria o curso “natural” das coisas, contudo não é o bastante para nos garantir paz e segurança, visto que a todo momento estamos sujeitos a falhar, estamos sujeitos a não adaptação, a derrota por alguém mais forte, estamos sujeitos a  ser enganados por nossos instintos e sentimentos que muitas vezes ao invés de nos proteger e preservar, nos expõem ao verdadeiro perigo.

Somente é possível desfrutar paz e segurança quando não mais nos preocupamos com o bem que visamos proteger, somente conseguimos viver quando deixamos de nos preocupar em viver.

A vida, cada vez mais se torna difícil, ingrata e até desumana em nosso mundo contemporâneo o que nos leva a cada vez mais nos preocuparmos em como iremos sobreviver a mais um dia, a como iremos aguentar firmes e inabaláveis.

Contudo, a vida não deve ser nosso alvo de proteção, afinal esta é passageira e muito passageira.

A vida, quando se torna nossa maior preocupação, impede na verdade que vivamos como realmente devemos viver, de forma a aprender e a se preparar porque tudo o que temos experimentado até hoje na verdade não passa de uma preparação, um grande ensaio que nos prepara para que quando o grande dia chegar possamos estar firmes e cada vez mais parecidos com o Filho.

Mas porque a morte é tão relevante para nós ao ponto de ser considerado lucro?

Primeiramente esclareço que não pretendo esclarecer pontos acerca da morte natural, da morte corporal, do fim da matéria, mas sim a morte como mecanismo de mudança.

A morte está intimamente ligada a maldade, que por sua vez, ao contrário do que muitos pensam, não possui uma personificação, não está arraigada a uma pessoa ou a algum ser, mas está justamente nas ações que praticamos.

Em segundo lugar, temos que Deus, sendo infinitamente bondoso poderia nos receber com toda a maldade que praticamos de forma natural?

É necessário que a maldade seja eliminada de todos nós.

Mas como então Deus poderia acabar com a maldade? Matando os maldosos, ou seja os que praticam a maldade, resumindo, todos nós, seres humanos.

E foi justamente isto o que Ele fez, só que com um toque de graça e misericórdia, o que é bem peculiar e muito próprio dELe.

Ao matar todos os maldosos Ele em contrapartida oferece-nos a oportunidade de sermos novas criaturas, com a mesma identidade de seu Filho.

Quando falamos de morte, na verdade tratamos do dispositivo utilizado para que a assunção de uma nova identidade seja possível.

A morte deve ser encarada para todos nós não como o fim da vida, a última coisa que nos irá ocorrer, mas sim um processo que pode e deve ocorrer até mesmo antes da morte física, já que é necessário que estejamos mortos para que possamos assumir uma nova Vida, visto que não é possível que duas coisas ocupem o mesmo espaço, ou seja, não é possível que alguém possua duas vidas ao mesmo tempo.

È como se estivéssemos naqueles filmes de ação policial quando um criminoso forja sua morte e assume uma nova identidade que retira assim toda a culpa que existia sobre ele.

Se considerarmos que todos somos pecadores e que carecemos da Glória de Deus, como poderíamos em nossa atual identidade nos aproximar novamente do perfeito Criador, se na verdade somos mais inimigos do que amigos de Deus, já que praticamos sempre a maldade?

É necessário então que apresentemos uma identidade diversa.

Para isso Jesus, o homem mais bondoso que já passou por esta terra, morreu em nosso lugar carregando em seus ombros toda a responsabilidade por toda a maldade existente ou que iria existir sobre toda a terra, nos livrando de tal pena, já que os verdadeiros merecedores da morte proveniente da maldade eram todos nós, seres humanos carecedores do favor de Deus.

Ao morrer, Cristo nos deixa a possibilidade de viver em seu lugar, de sermos os pés, as mãos dEle aqui na terra, o que nos faz como Ele é.

A partir desse momento temos que escolher se queremos morrer eternamente, sem assumir a identidade que Ele nos deixou, ou se queremos abrir mão de nossa própria vida assumindo tudo o que faz parte de Cristo.

Se escolhemos viver como Ele é, na verdade será Ele quem irá viver através de nós, fazendo com que a identidade revelada através de tudo que fazemos ou que somos, seja exatamente a identidade de Filho de Deus que Ele possui.

Seria como se em seu documento de identidade constasse o nome de Jesus Cristo que pelo fato de já ter pago toda a dívida decorrente da maldade, nada mais tem a dever para com seus acusadores, tendo ocorrido a extinção de sua punição pelo cumprimento da pena correspondente.

Precisamos assim nos utilizar da identidade de um verdadeiro filho de Deus, ou seja a identidade de Jesus Cristo, para que assim possamos também tonarmos a ser filhos d’Ele e portanto torna-se necessário que venhamos assumir o papel de Cristo, nos parecendo cada vez mais com Ele, já que isto tudo é necessário, visto que no momento em que escolhemos viver nossa própria vida e não mais nos relacionar com Deus automaticamente nos tornamos estranhos d’Ele o que impede que possamos entrar para desfrutar a vida eterna.

Portanto, é necessário que nossa humanidade sempre morra e que a verdadeira identidade que devemos apresentar se torne latente todos os dias de nossa vida, para que assim possamos considerar que a morte é realmente lucro e que somente há vida quando deixamos de viver para que Cristo viva.


::.Gabriel Horta.::
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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

VONTADE SOBERANA OU CONDICIONADA A FÉ?


“Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.“ (Hebreus 11:6)

O final de mais um ano se aproxima e muito se fala em fazer pedidos, em acreditar que podemos conseguir o que quisermos independente de qualquer outra coisa, tudo isso através da Fé.

Tal discurso é muito comumente visto nas principais plataformas formadoras de opinião, principalmente no panorama do movimento cristão brasileiro e porque não no âmbito motivacional empresarial do capitalismo agressivo contemporâneo, mas é necessário que venhamos definir qual deve ser realmente nossa cosmovisão e conceito de Fé, a fim de afastar qualquer engano ou frustração.

Tema mais polemico que este acho que não conseguiríamos encontrar, principalmente dentre as inúmeras denominações e pensamentos diversos existentes no âmbito das realidades cristãs atuais.

Contudo não me presto a concluir pelo acerto de alguns e o desacerto de outros apenas a evidenciar a real definição bíblica acerca da fé e da vontade soberana de Deus e como ambos conceitos se comunicam e sobrevivem.

Primeiramente, a Bíblia nos traz que a vontade de Deus é soberana ao ponto de se colocar sobre o controle de todas as leis da natureza, visto que nem mesmo uma folha cai se não for da vontade de Deus que isto ocorra.

Mas então independentemente do que façamos ou não essa vontade soberana sempre irá determinar os resultados e as consequências as quais seremos submetidos?

De forma alguma.

O que ocorre é que podemos escolher se nos colocamos sob a vontade de Deus ou se nos entregamos a sorte de nossas forças e vontades.

Já o paradigma da fé perpassa pela firme convicção das coisas que se esperam.

Ora, se você espera somente o que você precisa, independente de que seja ou não a vontade de Deus que você as possua, sinto-lhe informar que você anda esperando pelas coisas erradas, visto que nossa alma deve sempre ansiar, antes de tudo, a presença de Deus e sua vontade suprema.

Ao tratar de fé as escrituras sagradas trazem que se tivermos fé do tamanho de um grão de mostarda podemos ordenar aos montes que se lancem ao mar e estes então irão prontamente obedecer.

Contudo, a fé não torna-se um simples botão ativador do poder de Deus, uma coisa deve-se ter em mente.

Ao ordenarmos ao monte fazemos isso em nome de quem?

Se fazemos em nome de Jesus, esta ação deve ter uma finalidade que se volte para Ele, para o reino de Deus.

A fé na verdade é como se tivéssemos uma procuração, na qual agimos em nome de outra pessoa (Jesus) para defender e assegurar seus “interesses”.

Se agirmos em nome de alguém, isso pressupõe que nossas ações devem se dirigir as vontades desta pessoa a qual representamos, o que nos condiciona novamente a vontade soberana.

É necessário ter fé para confiar que por mais que não pareça aos nossos olhos, a vontade de Deus é sempre boa perfeita e agradável.

Contudo vê-se que os conceitos de bom, perfeito e agradável, são extremamente relativos e axiológicos, dependendo sempre do contexto ao qual estamos inseridos, visto que nem sempre o que é visivelmente para mim bom, perfeito e agradável, será realmente bom, perfeito e agradável para Deus.

Se entendermos que Ele sempre tem o controle e a visão sobre o infinito, sabendo tanto o nosso passado, nosso presente e nosso futuro, além das demais implicações que nossas atitudes podem desencadear, não há motivos para não confiar que a vontade dEle sempre será a melhor, bem melhor do que a nossa que está condicionada a uma visão limitada tanto temporal quanto espacial.

Muitos questionam que as tristezas, amarguras, desilusões, doenças e demais adversidades nunca serão a vontade de Deus.

Mas será mesmo?

Muitos dizem que o motivo de várias pessoas passarem por dificuldades e estarem submetidas a determinadas condições se deve unicamente pelo fato da mesma não possuir fé suficiente para se ver livre.

Mas será mesmo?

Porque então vários personagens da Bíblia, como Noé, Abraão, Isaque, Jacó, José, Moisés, Gideão, Sansão, Davi, dentre outros, morreram sem mesmo alcançar a promessa, como nos relata Paulo?

E mais, Paulo, autor de grande parte do novo testamento e talvez um dos homens mais emblemáticos do evangelho pós Jesus Cristo, viveu pregando a palavra por toda vida e definiu e contextualizou o conceito de fé que nos alcança até hoje, viveu grande parte de sua vida cego. Isto mesmo, o homem que talvez mais escreveu sobre fé, morreu cego!

Seria até mesmo injusto dizer que alguém que sofre com alguma dificuldade está passando por ela por ausência de fé suficiente para vencer, nos esquecendo que esta pessoa pode possuir muito mais fé do que imaginamos se ela entender que Deus está no controle de tudo e que se ela está dessa maneira é porque ainda existe um propósito.

Imagine só se através da morte de alguém a mensagem do evangelho se faz real, como se fez há aproximadamente 2000 anos atrás com a morte do mais inocente e justo moço que já andou por essa terra? Justamente, Aquele que dividiu a história sofreu e morreu uma morte tão injusta por pessoas que sequer reconheceram a profundidade de toda sua entrega e humildade.

Há algum tempo, temos cantado a linda canção de John Mark Mcmilliam, chamadas “How He Loves”, ou para nós desta terra tupiniquim, “Me Ama”, “Ele me amou”, como outras traduções, que se tornaram um autêntico hino cristão contemporâneo.

Pois bem, como alguns já sabem, essa canção surgiu quando o compositor perdeu um grande amigo em um terrível e imprevisível acidente, sendo que em todo tempo este sempre foi fiel e verdadeiro para com Deus.

John Mark ao questionar a Deus sobre tal acontecimento e as razões fora respondido no sentido de que o amor de Deus por todos nós seria tão forte e tão profundo ao ponto de fazer de tudo para aproximar-nos dEle.

No momento John não entendeu muito bem, mas hoje podemos presenciar uma grande multidão de pessoas que tem recebido amor e vida através de tal canção que foi composta em um momento de total desilusão e morte, o que revela como Deus sempre se utiliza de tudo, sempre para o nosso bem, por mais doloroso que seja.

Se a fé é a esperança daquilo que não se vê a fé deve ser justamente esperar não por acontecimentos físicos e materiais, visíveis e superficiais, mas sim o cumprimento da vontade daquele que é invisível, mas real.

Portanto, para vivermos a plena vontade de Deus, o que deve ser o alvo da nossa vida, devemos sempre acreditar e ter fé no sentido de confiar que Ele tem o controle sobre tudo e que mesmo que a nosso ver não seja nem bom, nem perfeito, nem agradável, mas 
sempre entendendo que o  propósito de Deus para nós é muito maior que tudo isso e sendo assim verdadeiramente bom, perfeito e agradável..

Sendo assim, não se desespere pela primeira pedra no caminho, saiba que se for preciso e se for da vontade de Deus, Ele removerá não só esta pequena pedra, mas também o grande monte a sua frente, mas se isso não acontecer, continue tendo fé que esta é a vontade soberana de Deus.

Experimente apenas confiar e abrir mão de suas convicções, para que a vontade soberana de Deus se faça real em sua vida.

O seu grande milagre pode estar em aprender a confiar que o propósito dEle é bem maior que você e que mesmo que o socorro não venha Ele ainda continua no controle!


::.Gabriel Horta.::
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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

4º HORÁRIO, APRECIE SEM MODERAÇÃO


Boa tarde viajantes! Gostaria de compartilhar com vocês um texto sobre um projeto audacioso e corajoso do meu amigo Italon Valim, o projeto do 4º Horário. Leia e confira um pouquinho.


Sair de casa, encontrar com seus parceiros, ostentar uma posição de luxo e superioridade, não possuir qualquer limite, conhecer pessoas novas, curtir uma música e dançar até o dia clarear, ficar com o máximo de garotas ou garotos em uma mesma noite, não se importar com o valor gasto e tudo regado a muita bebida alcoólica e até mesmo drogas.

Parece atraente não é mesmo!? Justamente por esse motivo, essa é a rotina da maioria dos jovens brasileiros.

Mas será que realmente há sentido em tudo isso? Em um país com tantos miseráveis e pessoas sem princípios e valores, crianças morrendo a todo minuto, insegurança geral, políticos que nada fazem e um imenso surto do uso desenfreado de drogas destrutivas como o Crack, será que precisamos é de atitudes como estas?

Há algum tempo vi uma matéria em um programa de televisão que mostrava o quanto os jovens gastavam em uma única noite em que viravam a madrugada até o sol raiar, sem nenhum limite quer de tempo ou de espaço, chegando a quantias absurdas de R$1.000,00 a R$3.000,00 em uma só noite!

E o absurdo não para por ai.

A maioria desses jovens são estudantes de universidades, uns de medicina, outros de direito, outros engenharia, filosofia, dentre outros ramos do conhecimento.

Espantoso é pensar que o futuro de toda uma nação está na mãos justamente desses que nem sequer se importam com a consequência de suas ações em uma noite, tampouco sendo capazes de sopezar suas ações em uma escala de tempo mais elastecida.

É assustador pensar que os futuros médicos de nossa nação não se preocupam nem mesmo com sua própria saúde consumindo bebidas alcoólicas e drogas de maneira exagerada, futuros advogados que mentem na hora de usar carteiras falsas para entrar nas boates, futuros engenheiros que não conseguem sequer manter o seu equilíbrio durante a noite, futuros pensadores que facilmente se entregam ao primeiro sorriso ou charme falso, futuros seres humano, que parecem cegos diante um mundo que desmorona enquanto outros apenas festejam.

Mas será mesmo que a culpa é somente deles ou nós também temos nos escondido atrás do tradicionalismo e da religiosidade que nos impede de atingir e alcançar esses jovens.

Erroneamente associamos diversão com alegria e felicidade.

A felicidade é definida como a bem aventurança, a aventura bem sucedida.

Ora, como podemos ter felicidade se a aventura das baladas sempre acaba com uma tremenda dor de cabeça e uma ressaca moral do tamanho de tudo que fizemos na noite anterior?

Já a alegria pode ser definida como manifestação de contentamento e júbilo.

Se realmente em uma balada estivéssemos satisfeitos com o que ocorreu qual seria então a necessidade de no próximo dia repetirmos tudo isso se nada mais nos faltasse?

Somente é possível viver uma aventura bem sucedida se estivermos fazendo tudo de acordo com aquele que tem o controle de tudo, que detém o curso dessa aventura em frente as afrontas e obstáculos da vida e somente encontraremos contentamento e satisfação naquele que é infinito e eterno!

Passou da hora de nós como igreja, apresentarmos uma alternativa a suposta diversão, apresentar ao jovem que é possível viver com uma consciência firmada na realidade em que vivemos e mesmo assim experimentarmos a felicidade, que é possível aproveitar nossa juventude sem perder nosso futuro, é possível ser melhor que isso, mas somente será possível se um dia conseguirmos realmente demonstrar a esses jovens que somos felizes independente de qualquer coisa, que a felicidade e a alegria não é gerada por emoções, mas sim por uma pessoa e essa pessoa está bem mais perto que imaginamos, basta apenas dizer sim para que Ele venha e nos ensine como andar e como caminhar nos dando alegria da verdadeira vida completa!

Mas que bom que ainda existem corajosos e destemidos que em meio a todo o caos resolvem apresentar uma nova proposta e nos convida a apreciar tudo o que Deus tem para oferecer e ainda sem moderação!


Confira o vídeo chamada deste lindo projeto:

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terça-feira, 23 de outubro de 2012

O PROBLEMA NÃO É SÓ O JORGE



Polemicas e polemicas, frases e frases, manifestações e manifestações, farpas e farpas, falsidade e mais falsidade.

Assim começou o primeiro capítulo dessa história.

Engana-se quem acha que trato sobre a mais nova e glamorosa megaprodução da potencia econômica politica, social e as vezes televisiva desta terra tupiniquim.

Falo na verdade sobre mais uma repercussão nas redes sociais e porque não nas redes reais, onde nos deparamos com pessoas pró, contra e até neutras, com discursos e argumentos para todos os gostos.

A novela nem bem começou e alguns já se ouriçaram, tanto para defender quanto para atacar.

Muitos discursos daqueles que são contra a megaprodução e a favor do boicote geral, usam e abusam do óbvio, da origem do nome “Salve Jorge”, da existência de uma entidade espiritual em tal aclamação, a exaltação de um deus, bem como outros que são tão exagerados que beiram o misticismo.

Veja só, não pretendo fazer você, caro leitor, pensar que tais coisas não existem e que as forças espirituais podem ser desconsideradas, tampouco sou um defensor da novela, pelo contrário, pretendo demonstrar que nem só de misticismo, espiritualismo ou religiosidade é feito nosso discurso.

O grande problema da questão não está somente no nome, que indubitavelmente refere-se ao santo denominado São Jorge, cuja origem muitos já lhes apresentaram, mas sim o que pretende tal produção televisiva.

Para começar nossa análise apresento-lhes um breve resumo, segundo os críticos sobre a obra.

A novela tem seu núcleo em Morena, uma jovem simples que vive no Complexo do Alemão, que tem o sonho sempre foi brilhar na carreira artística, mas uma gravidez precoce interrompeu os planos da moça. A vida de moça começa a mudar quando ela conhece Theo, um homem bom que tem em seu passado um episódio no qual passou três dias soterrado após um desabamento, sendo resgatado no dia de São Jorge, tornando-se devoto do santo guerreiro, a quem sempre recorre quando precisa de ajuda, largando sua namorada Érika, somente para ficar com Morena, mantendo esse relacionamento as escondidas. A garota por ganancia e pensando no dinheiro que poderia ganhar aceita uma proposta para trabalhar na Europa, deixando sua família no Brasil, mas descobrindo que na verdade estava se envolvendo em um esquema de tráfico de pessoas.

Envolvente a história, não é mesmo!?

Justamente, essa é a intenção da novela, esse gênero capaz te envolver tanto ao ponto de até mesmo achar que tudo isso é real, que tudo isso pode acontecer e inconscientemente começa a guiar e ditar seu comportamento.

Ou vá me dizer que tudo o que se lança na novela cai na boca, nas pernas, nos olhos, na mente e no coração de todos que acompanham tais tendências.

Muitos somente agora começam a se levantar contra a produção, mas será que somente o fato de termos, infidelidade, mentiras, famílias desestruturadas, traição, ganancia, autoconfiança exacerbada, exaltação do ego, consumismo, comportamento exagerado em todos os sentidos, sensualidade em seu nível máximo, distorção de valores, humilhações, desigualdades e com uma pitada de misticismo onde tudo se resolve como num passe de mágica, não seria o bastante para que deixemos de nos contaminar com isso tudo?

Para aqueles que acham que trato da recente produção, estão redondamente enganados, na verdade trato da maioria das produções realizadas.

Muitos que defendem que nada de mal há em uma novela como esta usam normalmente o argumento de que há coisas bem piores que isso e que até mesmo um filme ou seriado qualquer pode conter tudo isso.
Reconheço que existem muitas coisas tão piores quanto e que nos corrompem, mas faço alguns apontamentos:
Primeiramente não é porque existem coisas piores que a menos errada se torna correta.
Por fim, muitas coisas possuem pontos negativos e positivos, isso é um fato, contudo tem coisas que são tão carregadas de podridão que acabam por contaminar todo o resto. Gosto de usar como exemplo uma carne cheia de nervos, por mais que você tente retirar somente a carne e remover os nervos, você não conseguirá, haja vista que eles já se impregnaram em toda a carne e não há como separar.

Contudo, é visível a superficialidade de todo o discurso, uns utilizam-se unicamente do misticismo, outros do senso comum de que tudo é ruim e tudo é bom, caindo para o exacerbado relativismo.

Triste é saber que somente agora com um título voltado a exaltação de um homem comum que nada pode fazer por nós é que alguns estão deixando de abrir as portas das suas mentes para todo o lixo em forma de imagens e transmissões televisivas.

Sinceramente espero que muitos assim procedam, mas inegavelmente é decepcionante saber que nós nos preocupamos mais com um nome do que simplesmente com todo o emaranhado de princípios destorcidos que corrompem e destroem gradativamente nossa geração e as futuras.

Mas se for a penas para servir de alerta, Salve, não o Jorge, mas Salve aqueles que irão se despertar com esta sirene e terão coragem de se levantar contra todo o emaranhado de lixo televisivo lançados forçosamente há anos em nossas mentes!

::Gabriel Horta

Advogado, escritor, compositor e músico.

www.licoespelocaminho.blogspot.com

Twitter: @gabrielfhorta

Colaborador do portal Lagoinha.com

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Liberdade (Parte 2)

Após definirmos o que seria liberdade, resta-nos o seguinte questionamento: Como podemos ser livres se naturalmente já somos escravizados? Será que existem métodos e rituais específicos para que possamos alcançar a tão sonhada liberdade?

Atualmente tenho ouvido muitos questionamentos acerca de uma chamada “libertação” cada vez mais difundida por muitos lideres religiosos que prometem a resolução dos problemas mais simples até os mais complexos unicamente por rituais e procedimentos que beiram ao extremo do show e do entretenimento.

Não busco através deste texto ridicularizar ou criticar o “modus operandi” realizado nestes procedimentos, mas apenas levar você leitor a pensar acerca da eficácia e da necessidade da realização de tais feitos.

O grande argumento para justificar tais métodos ou rituais, baseia-se na afirmação de que alguns envolvimentos com forças ocultas e sobrenaturais, prendem mais as pessoas do que outras e por isso é necessário um trabalho mais árduo.

Primeiramente, temos que o mesmo nível de escravidão que uma pessoa possuía na prática da mentira, pode ser o mesmo, ou até mesmo maior que na prática de rituais de ocultismo por exemplo e portanto, não haveria diferença de forças entre os mesmos.

Em segundo lugar, temos que se porventura considerarmos que certos envolvimentos são mais profundos e mais difíceis de serem quebrados, seria muita pretensão pensar que métodos ou rituais humanos seriam mais eficazes do que o poder que vem do alto.

Se hoje temos um Deus que vive dentro de nós, um Deus Emanuel, sempre presente, não mais necessitamos de rituais falaciosos, mas apenas de um coração contrito e que reconheça que o poder vem d’Ele e é Ele quem opera tudo em nós.

Contudo, reconheço que a grande validade de tais procedimentos está justamente na mudança da ótica pessoal da pessoa sobre sua condição de livre, muitos necessitam de passar por determinados processos para que possam considerar-se livres.

Mas é necessário que possamos compreender que nenhum desses processos naturais é responsável pela libertação, mas somente o agir do poder sobrenatural é capaz de modificar nosso caráter e nos fazer mais parecidos com o Filho, que foi livre enquanto homem, não agindo de acordo com leis naturais, mas de acordo com as leis sobrenaturais, fazendo o bem sempre.

Conforme explanado anteriormente, todos nos já nascemos condicionados a praticar a maldade puramente por instinto, sendo que estamos assim presos a tais leis naturais que buscam nos condicionar ao mal.

Já viver livre é viver além das regras naturais, é praticar o bem, quando a natureza e nosso instinto determina que deve-se praticar o mal.

Bem, considerando que a liberdade é algo além do natural, ou seja, sobrenatural, temos que nós como homens naturais, não somos capazes de realizar qualquer ação que nos deixe mais livres, sendo que a liberdade somente pode nos ser dada através de um processo também sobrenatural, visto que nenhum processo natural é capaz de gerar algo natural.

A partir daí, podemos afirmar que é necessário que alguém, no plano sobrenatural conquiste esse direito de viver não condicionado as leis da natureza.

A boa notícia é que esse "Alguém" já fez isso, quando enviou seu filho para que quebrasse as leis do natural, visto que durante todo o tempo em que viveu na terra, operou maravilhas e modificou realidades, mesmo sendo 100% homem, passando por todas as aflições e tentações possíveis, mas permanecendo como alguém que era livre, alguém que não era dominado pelas leis naturais.
Em todo momento Cristo agiu além dos limites das leis naturais.

Claro exemplo temos quando Ele diz em um de seus sermões que quando diz que “Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses”, ora o natural, o instintivo, seria revidar, retribuir a ofensa realizada, mas não, Jesus nos dá o exemplo e comprova na prática que é possível agir além do condicionamento das leis naturais.

Quando Ele então prova que é possível viver além dos limites das leis naturais da maldade decreta o fim do poder destas sobre o homem, visto que também era homem.

Neste momento é estabelecido um caminho, no qual podemos andar, o caminho que persegue as pegadas d'Ele e nos leva a salvação.

Portanto, não mais é necessário a adoção de rituais e procedimentos especiais para que alcancemos a Liberdade, visto que nenhum método humano ou natural é capaz de modificar o sobrenatural, ou trazer este a existência, pelo contrário, somente o sobrenatural pode gerar o natural e até mesmo ultrapassar as leis da natureza, quebrando todo o poder que elas tem.

Hoje temos uma escolha, viver como Ele viveu, livre de toda lei natural, praticando o bem para com todos, ou apenas vivermos debaixo do condicionamento natural das leis naturais, caminhando para uma vida de maldade e destruição.

Escolha se ver livre, a liberdade já chegou!

::Gabriel Horta::

Advogado, escritor, compositor e músico.

www.licoespelocaminho.blogspot.com

Twitter: @gabrielfhorta

Colaborador do portal Lagoinha.com