terça-feira, 25 de setembro de 2012

Liberdade (Parte 2)

Após definirmos o que seria liberdade, resta-nos o seguinte questionamento: Como podemos ser livres se naturalmente já somos escravizados? Será que existem métodos e rituais específicos para que possamos alcançar a tão sonhada liberdade?

Atualmente tenho ouvido muitos questionamentos acerca de uma chamada “libertação” cada vez mais difundida por muitos lideres religiosos que prometem a resolução dos problemas mais simples até os mais complexos unicamente por rituais e procedimentos que beiram ao extremo do show e do entretenimento.

Não busco através deste texto ridicularizar ou criticar o “modus operandi” realizado nestes procedimentos, mas apenas levar você leitor a pensar acerca da eficácia e da necessidade da realização de tais feitos.

O grande argumento para justificar tais métodos ou rituais, baseia-se na afirmação de que alguns envolvimentos com forças ocultas e sobrenaturais, prendem mais as pessoas do que outras e por isso é necessário um trabalho mais árduo.

Primeiramente, temos que o mesmo nível de escravidão que uma pessoa possuía na prática da mentira, pode ser o mesmo, ou até mesmo maior que na prática de rituais de ocultismo por exemplo e portanto, não haveria diferença de forças entre os mesmos.

Em segundo lugar, temos que se porventura considerarmos que certos envolvimentos são mais profundos e mais difíceis de serem quebrados, seria muita pretensão pensar que métodos ou rituais humanos seriam mais eficazes do que o poder que vem do alto.

Se hoje temos um Deus que vive dentro de nós, um Deus Emanuel, sempre presente, não mais necessitamos de rituais falaciosos, mas apenas de um coração contrito e que reconheça que o poder vem d’Ele e é Ele quem opera tudo em nós.

Contudo, reconheço que a grande validade de tais procedimentos está justamente na mudança da ótica pessoal da pessoa sobre sua condição de livre, muitos necessitam de passar por determinados processos para que possam considerar-se livres.

Mas é necessário que possamos compreender que nenhum desses processos naturais é responsável pela libertação, mas somente o agir do poder sobrenatural é capaz de modificar nosso caráter e nos fazer mais parecidos com o Filho, que foi livre enquanto homem, não agindo de acordo com leis naturais, mas de acordo com as leis sobrenaturais, fazendo o bem sempre.

Conforme explanado anteriormente, todos nos já nascemos condicionados a praticar a maldade puramente por instinto, sendo que estamos assim presos a tais leis naturais que buscam nos condicionar ao mal.

Já viver livre é viver além das regras naturais, é praticar o bem, quando a natureza e nosso instinto determina que deve-se praticar o mal.

Bem, considerando que a liberdade é algo além do natural, ou seja, sobrenatural, temos que nós como homens naturais, não somos capazes de realizar qualquer ação que nos deixe mais livres, sendo que a liberdade somente pode nos ser dada através de um processo também sobrenatural, visto que nenhum processo natural é capaz de gerar algo natural.

A partir daí, podemos afirmar que é necessário que alguém, no plano sobrenatural conquiste esse direito de viver não condicionado as leis da natureza.

A boa notícia é que esse "Alguém" já fez isso, quando enviou seu filho para que quebrasse as leis do natural, visto que durante todo o tempo em que viveu na terra, operou maravilhas e modificou realidades, mesmo sendo 100% homem, passando por todas as aflições e tentações possíveis, mas permanecendo como alguém que era livre, alguém que não era dominado pelas leis naturais.
Em todo momento Cristo agiu além dos limites das leis naturais.

Claro exemplo temos quando Ele diz em um de seus sermões que quando diz que “Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses”, ora o natural, o instintivo, seria revidar, retribuir a ofensa realizada, mas não, Jesus nos dá o exemplo e comprova na prática que é possível agir além do condicionamento das leis naturais.

Quando Ele então prova que é possível viver além dos limites das leis naturais da maldade decreta o fim do poder destas sobre o homem, visto que também era homem.

Neste momento é estabelecido um caminho, no qual podemos andar, o caminho que persegue as pegadas d'Ele e nos leva a salvação.

Portanto, não mais é necessário a adoção de rituais e procedimentos especiais para que alcancemos a Liberdade, visto que nenhum método humano ou natural é capaz de modificar o sobrenatural, ou trazer este a existência, pelo contrário, somente o sobrenatural pode gerar o natural e até mesmo ultrapassar as leis da natureza, quebrando todo o poder que elas tem.

Hoje temos uma escolha, viver como Ele viveu, livre de toda lei natural, praticando o bem para com todos, ou apenas vivermos debaixo do condicionamento natural das leis naturais, caminhando para uma vida de maldade e destruição.

Escolha se ver livre, a liberdade já chegou!

::Gabriel Horta::

Advogado, escritor, compositor e músico.

www.licoespelocaminho.blogspot.com

Twitter: @gabrielfhorta

Colaborador do portal Lagoinha.com

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