“Se o filho vos libertar, verdadeiramente
sereis livres”
Ao analisarmos toda a história da humanidade encontramos um bem que é
tido por todos como o mais precioso, importante e capaz de se sobrepor a
qualquer direito, pensamento ou até mesmo o fôlego de vida, a tão almejada
liberdade.
Mas será que a liberdade pretendida já fora alcançada em alguma
oportunidade? Será que o paradigma estatal político pós moderno é capaz de
dar-nos plena liberdade? Sinto informar aos lutadores e idealizadores
libertários, que não.
Tal consideração se deve pelo fato de não entendermos ou conceituarmos
de forma errônea o que seria a liberdade. É sabido que inúmeros pensadores
durante toda a história buscaram conceituar liberdade, sem a existência de um
consenso.
Contudo, vale a pena fazermos uma breve explanação acerca deste tema,
que comumente é associado a ideia da total permissão de tudo o que se pretende
fazer, independente das consequências geradas para o os que estão a nossa volta
quanto para nós mesmos.
Primeiramente a liberdade não se confunde com a ausência de proibições
ou com a atuação do ser humano de acordo com seus preceitos e características
naturais individuais, mas trata-se da faculdade que tem o ser humano em agir de
maneira diferente da pré-estabelecida por sua essência natural, agir de acordo
com outros parâmetros.
Pense comigo, o homem é mau em sua essência, é naturalmente violento não
se importando com as consequências, somente se os resultados que produzidos lhe
serão úteis, sendo que apenas a civilidade o impede de cometer atrocidades a
fim de conservar-se vivo, através de um sistema de autodefesa denominado
instinto natural.
Tanto é verdade tal fato que certa feita, em uma palestra sobre
criminologia o palestrante principal ao tratar sobre a origem do crime e dos
atos delituosos, proferiu a seguinte lição: “todo homem é um criminoso em potencial, contudo o que impede que este
pratique crimes é a civilidade que possui”, mas será mesmo que a civilidade
é capaz de impedir que este aja com violência?
Basta analisarmos tribos e pequenas comunidades nas quais a civilidade
como conhecemos ainda é um tabu inalcançável, o que acarreta inúmeros atos que
para nós seriam barbáries e atrocidades sem precedentes, dignas de serem
punidas com o máximo rigor, mas que são vistas até mesmo com louvor por essas
associações humanas.
Civilidade é um conceito intrinsecamente ligado a cultura e a visão de
mundo de determinado povo, sendo que de acordo com a civilidade em alguns
locais como o descrito acima, as atrocidades são permitidas e vistas como uma
forma de reafirmação de culturas consagradas por intrinsecamente povos.
A partir disto, podemos concluir que liberdade é agir não de acordo com
a natureza ou civilidade imposta, mas sim agir de forma sobrenatural,
obedecendo princípios que estão acima dos ditames da humanidade falida na qual
nos inserimos.
Tudo que o homem faz por suas forças e pautado em suas próprias
convicções por mais que pareça bom já está maculado simplesmente pelo fato de
serem atitudes embasadas em postulados que se encontram em uma realidade
limitada.
Portanto todo aquele que é livre não está condicionado a agir conforme
somente sua natureza, mas tendo opção de escolha entre o bem e o mau, podendo
agir até mesmo contra seus instintos.
A partir do momento em que escolhemos não mais agir fazendo o bem, que é
algo não natural, não instintivo para praticarmos apenas a maldade que nos é
inerente estamos agindo como se ainda não fossemos livres.
Assim podemos concluir que é possível ser livre, é possível agir além
dos limites de nossos instintos naturais que nos fazem agir com maldade e
violência, nos impedindo de fazer o bem.
Basta somente escolhermos viver com alguém que é livre, ou seja fazendo
o bem, ou como alguém que ainda é escravo, operando o mal.
Acredite, essa escolha existe!
Advogado, escritor, compositor e músico.
www.licoespelocaminho.blogspot.com
Twitter: @gabrielfhorta
Colaborador do portal Lagoinha.com
Muito bom.
ResponderExcluirA liberdade sem o Espírito Santo é uma utopia.
Exatamente, somente por meio d'Ele é que a liberdade poderá nops alcançar. Mas isso ainda é tema para o próximo capítulo, que trará a desmistificação da libertação.
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