Com muita relutância e até mesmo temeroso é
que começo a escrever este texto.
Atualmente, em nossa nação brasileira, temos
nos deparado com discussões, análises e posições acerca de liberdades,
direitos, garantias e comportamento.
Um verdadeiro bombardeio de informações.
A questão da homofobia, da liberdade sexual,
bem como dos relacionamentos homoafetivos tem tornado-se cada vez mais latente
e nos abre uma oportunidade de analisarmos princípios e métodos, de mudarmos
nossa forma de enxergar muitos âmbitos do nosso mundo contemporâneo.
O discurso de muitos se limita ao binômio
tradicional do pode e não pode, da existência ou não de lei, do dever ou não de
agir ou censurar, mas isso não é o bastante para que possamos solucionar e
concluir um problema que não vem de hoje, a difícil tarefa de conciliar
diversas liberdades em um mesmo panorama do Estado democrático de direito.
É sabido que todas as vezes que existem
regras legais que impõem um determinado modo de agir ou padroniza o
comportamento o ser humano se sente desafiado a vencer e a ultrapassar tais limites
para se declarar um vencedor.
Fato incontroverso também é que se as regras
fossem suficientes para impedir determinadas condutas ou comportamentos, hoje
não enfrentaríamos tantos casos de crimes e outras infringências de leis.
Outro viés de análise, transcende a condição
de obedecer ou não a uma lei ou mandamento, instaurando-se com um discurso que
visa estabelecer o que é natural e o que não é, para que assim possa surgir um
fiel na balança das atitudes e direitos.
Apesar de nos trazer algum esclarecimento,
mas da mesma maneira não nos faz concluir acertadamente acerca dos
comportamentos a serem adotados e as condutas mais corretas.
Na verdade o senso que temos de que não
devemos frear o que é natural, bem como se agimos de acordo com o que é natural
estaríamos sendo livres e que devemos agir de acordo com a nossa natureza
funda-se necessariamente nas teorias de Aristóteles que considerava bom aquele
homem que agisse de acordo com a natureza, sendo que qualquer ação fora do
âmbito natural do ser seria ações más e que comprometeriam a liberdade e a
democracia.
Contudo tal conceito encontra-se ultrapassado
no mundo contemporâneo cada vez mais plural que vivemos.
Se faz necessário analisarmos não somente se
algo é natural ou não, mas se porventura agirmos de acordo com a nossa
natureza, estaríamos seguindo ou não o padrão ideal para nossos comportamentos.
Quando vivemos de acordo com a natureza não
somos livres, mas estamos escravizados a vontades sanguíneas que são
desprovidas de qualquer escolha, geradas unicamente pela lei da ação e reação,
exteriorizando-se através de impulsos humanos, que muitas vezes podem não ser
bons e pela idéia de sobrevivência gerarem um estado de guerra entre egos pela
sobrevivência individual de cada um.
Ao analisarmos o estado puro e natural de um
homem, percebemos que este já nasce com seus instintos e mecanismos de defesa
prontamente preparados e sempre em alerta.
Tais mecanismos de defesa compreendem uma
séria de ações, dentre elas a violência.
Percebemos que o instinto de sobrevivência do
homem funda-se principalmente na violência que pode cometer contra aquele que
supostamente ameace determinada esfera deste indivíduo que imediatamente reage
a fim de aniquilar o agressor.
Mas como já dito anteriormente em outros
textos, para a vida em paz na sociedade é necessário assim que seus impulsos e
comportamentos sejam freados e controlados.
Em todo o momento é necessário lutarmos
contra a nossa natureza que inevitavelmente quer dominar toda a racionalidade
ou espiritualidade que possuímos, sobrevivendo sobre elas.
Tal missão é de extrema dificuldade e também
muito desafiadora, haja vista que pretende-se controlar um impulso natural, uma
característica própria do ser.
Contudo, antes de mais nada, uma pergunta
crucial vem a tona: Como descobrir quais são e como frear os comportamentos
naturais que impedem a vida em sociedade?
Tais questionamentos somente podem ser
respondidos através de um diálogo com aquele que formou cada ser vivo.
Somente ELE é quem detem o conhecimento de
todas as coisas num âmbito atemporal, podendo afirmar se determinado
comportamento é correto, se é prejudicial ou não e como deveremos proceder para
que cada vez mais possamos alcançar a forma ideal.
Quando nos preocupamos com leis, aprovações,
reprovações, ataques ou defesas, invariavelmente estamos desacreditando no
poder que o Criador possui e no poder que o relacionamento com Ele tem para
ajustar nossas condutas e comportamentos de forma que possamos viver de acordo
com o que Ele mesmo planejou para todos nós, culminando assim em um estado de
paz, plena paz.
Se agirmos de maneira diversa, através de
imposições, estamos impedindo que as pessoas possam ter um verdadeiro relacionamento
com aquele que sabe de todas as coisas e que pode mudar ou não o homem, sendo
que nosso papel é sempre amar a todos e fazer com que todos possam experimentar
um relacionamento íntimo e revelador com o Criador.
Se porventura somente condenarmos sempre as
condutas, as pessoas nunca conseguirão ver que o nosso relacionamento com o
Criador do universo no faz pessoas diferentes e melhores e que é possível ser
melhor do que somos hoje, agirmos menos condicionados a natureza caída e
parecermos cada vez mais com Deus.
Julgar nunca é o melhor caminho para a
mudança de alguém, ai é que está o grande papel da igreja, que deve acolher e
proporcionar o relacionamento com Deus, o que desde o início foi a principal
função eclesiástica, em dar assistência a todo aquele que precise,
especialmente as minorias.
Precisamos entender que não importa qual é o desafio e qual é a batalha que trava-se contra a natureza, quer o hábito natural de mentir, quer seja a inclinação sexual, todas podem ser vencidas através do relacionamento com Deus que é o único capaz de dizer se estamos certos ou errados, até mesmo nas questões mais delicadas.
Precisamos entender que não importa qual é o desafio e qual é a batalha que trava-se contra a natureza, quer o hábito natural de mentir, quer seja a inclinação sexual, todas podem ser vencidas através do relacionamento com Deus que é o único capaz de dizer se estamos certos ou errados, até mesmo nas questões mais delicadas.
Se realmente acreditamos no poder de Deus e
na necessidade de sermos melhores do que somos devemos ser pontes de amor, para
que através de nós o amor incondicional e imutável possa alcançar a todos e
revelar a cada um a importância de um relacionamento com Deus.
Portanto, o simples fato de nosso
comportamento ser proveniente de impulsos naturais não pode fazer-nos concluir
que tal conduta é correta, sendo necessário sempre consultarmos aquele que é
poderoso para ver o que realmente somos e mudar nossas vidas de acordo com o
plano eterno e imutável.
Se realmente queremos nos parecer com Deus, devemos sempre AMAR e nos ENTREGAR, já que Ele AMOU o mundo e ENTREGOU seu único filho, tudo que tinha, para que outros pudessem ter a vida, devemos assim demonstrar o amor e abrir mão de convicções e opiniões humanas individualistas e segregadoras, para que a vida de verdade alcance a todos, nos lembrando sempre que não importa contra o que lutamos, todos nós, sem exceção, somos humanos e assim lutamos todos os dias contra nossa natureza cruel, mas sempre acreditando que o relacionamento com Ele, as palavras dEle, valem mais que outras mil palavras.
::.Gabriel Horta.::
Advogado, escritor, compositor e músico.
www.licoespelocaminho.blogspot.com
Twitter: @gabrielfhorta
Colaborador do portal Lagoinha.com
Advogado, escritor, compositor e músico.
www.licoespelocaminho.blogspot.com
Twitter: @gabrielfhorta
Colaborador do portal Lagoinha.com
Uau... A igreja precisa pensar dessa forma ou próximo disso. Talvez esse não seja o fato, embora eu creio ser, mas é no minimo o ponto de partida.
ResponderExcluirEu sou a favor de debates com os lideres da nossa igreja, acerca desses assuntos.
Luiz Fernando
O fato é que as pessoas se preocupam muito em julgar as atitudes dos próximos sem antes analisarem suas vidas que sempre estão a desejar em vários aspectos.
ResponderExcluirComo você mesmo disse, o que devemos fazer é amar as pessoas e através deste amor que demostramos que vem de Deus, as pessoas possam ficar desejosas de também conhece-lo, e através deste conhecimento cada vez mais profundo Dele é que vamos nos tornando pessoas melhores.
A igreja precisa deste conhecimento!
Talita Freitas.
Adorei.........O que falta hoje é a Fé..Mesmo...
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