Na última quarta-feira o STF,
autoridade máxima em termos judiciais na nação brasileira, por meio do voto de
seus ministros, decidiu de forma inovadora nesta instância judiciaria, pela
possibilidade de interrupção de uma gravidez no qual o feto fora diagnosticado
como anaencéfalo, ou seja, sem a presença do sistema nervoso central, mesmo que
a leis brasileiras até o momento tipifiquem este ato como crime.
Essa inovação e atualização do
pensamento nos leva a questionamentos polêmicos e cada vez mais relevantes em
nosso mundo contemporâneo.
Primeiramente gostaria de
esclarecer que não venho discutir aqui a aplicação das leis nacionais, tais
como princípios globais como a dignidade da pessoa humana, ou até mesmo julgar
se a decisão proferida é correta ou não, venho aqui justamente questionar
paradigmas da nossa sociedade plural.
Não podemos negar que a situação
descrita inicialmente gera sempre desconforto, bem como sofrimento,
principalmente as mães, que tem como incumbência e obrigação, gerar e zelar
durante toda uma gestação por um filho que provavelmente não sobreviveria.
Nem levo em consideração que não
há qualquer certeza absoluta em nosso mundo, principalmente em termos
científicos, visto que em todos os procedimentos há sempre uma margem de dúvida
e de erro, se assim não fosse nunca poderíamos quebrar paradigmas e modificar
métodos e aplicações e até hoje estaríamos acreditando que a terra ainda é
redonda e que existe uma força mágica que atrai os objetos ao chão.
Assim, há possibilidade, mesmo
que remota, que o quadro, conforme descrito, sofra uma modificação radical,
afinal, a natureza está sempre se modificando e se adaptando as novas
realidades, contudo, não é o debate central de nossa discussão.
Nossa vida é sempre permeada por
altos e baixos, escuridões e resplendores, lágrimas e sorrisos, sendo inegável
que em todas as situações existe algo que fará parte da nossa vida.
Contudo, qual o sentido aqui de
nossa vida? Por qual motivo ainda estamos aqui? Existe um proposito para tudo
que acontece ou o mundo somente gira e ponto final? Será que devemos sempre nos
privar e privar que algumas adversidades e dificuldades nos atinja ou atinja
aos outros?
Nossa vida nos ensina sempre, em
todos os momentos, sendo que em todas as situações pelas quais passamos
adquirimos qualidades e marcas que serão indispensáveis durante todo o restante
da grande jornada da vida, rumo ao cumprimento do proposito pelo qual existimos
e pelo qual estamos inseridos neste universo plural.
Devemos sempre ter o maior
cuidado possível na tomada de decisões, principalmente com relação a vida de
outras pessoas, uma vez que quando tentamos ajudar alguém, eliminando algo de
ruim, visando que esta viva melhor ou que seja melhor, podemos muitas vezes,
ocasionar o efeito contrario, já que privaremos esta de vivenciar determinadas
situações e de acrescentar em sua vida atributos tão necessários e importantes
e que contribuirão futuramente para que ela seja uma pessoa melhor e para que
se insira perfeitamente no proposito individual ao qual fora designada a
cumprir.
Não nego, que como um advogado,
legalmente, sinto-me desafiado a sucumbir a tal entendimento, visto que todo o
ordenamento jurídico visa proteger a pessoa, assegurar a dignidade da mesma e evitar que determinados
danos ocorram, mas ao mesmo tempo, sinto-me tranquilo ao saber que para tudo,
quer bom o ruim, existe um propósito que só podemos entender quando tudo aqui
se acabar, o que nos impede de desprezar qualquer situação, independente se ela
nos faz felizes ou não.
Não se engane, nós não estamos
aqui somente para ser felizes, mas principalmente para cumprir um propósito
eterno, como se fossemos uma engrenagem responsável por se inserir
perfeitamente e justamente no local ao qual fomos criados.
Portanto, sinto-me no dever de
questionar se o paradigma da constante proteção, visto que nem sempre ele
realmente contribui para que sejamos quem devemos ser ilusoriamente nos
impedindo de viver por aquilo que realmente deveríamos viver.
Escolha hoje, cumprir um
proposito, fazer parte de um plano maior, um plano que é eterno e muito mais
gratificante, porque ele não falhará como os nossos que estão a mercê das
coisas deste mundo e da vontade dos homens.
Lembre-se alguém pode depender
amanhã da escolha que você faz hoje!
::Gabriel Horta
Advogado, escritor, compositor e músico.
www.licoespelocaminho.blogspot.com
Twitter: @gabrielfhorta
Colaborador do portal Lagoinha.com
Cara, volta e meia me questiono sobre este tipo de assunto.
ResponderExcluirLegalização da união afetiva, legalização do aborto, legalização de drogas, enfim, práticas contrárias aos preceitos cristãos.
Haja vista que o estado é laico, e também devem ser as suas leis, o mesmo deve cuidar para que todo o cidadão, independente de raça, credo, orientação sexual, seja plenamente assistido.
Por este motivo, acabo entendendo que se tais legalizações, realmente venham beneficiar aos que nela se aplicam, elas realmente devem ser consumadas.
Afinal, mesmo sendo legal, o ser humano tem como principal trunfo a final e soberana escolha do sim ou não.
errata: união homoafetiva.
ExcluirVerdade cara, são temas complexos e que talvez nunca conseguirão ser completamente solucionados. Contudo, entendo que nosso papel deve ser sempre afirmar que mesmo coma existência ou não de leis, devemos ter em mente os princípios da Palavra, porque são leis superiores, ordens de um plano sobrenatural e assim acima das leis terrenas. Porque se assim fosse as leis que determinam que é proibido lera a bíblia ou realizar cultos, etc, deveriam ser totalmente seguidas. Temos que entender que se uma autoridade está contra os preceitos de Deus é papel da igreja se posicionar contra isso, é o que diz em Tito 1:10,11, onde nosso papel é tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras ensinando o que não convém, por torpe ganância.
ResponderExcluirUma atitude legal nem sempre será cristã!